quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Algodão de Bolinha

Educar é missão de vida Algodão de Bolinha* Neste breve período em que me tornei pai - há 40 dias -, aprendi que existe algodão de bolinha para vender. Mais: algodão de bolinha em saquinhos plásticos. Aprendi que não precisa esperar seu filho crescer para começar a conversar com ele. E que não se deve ter medo de segurar a criança no colo, afinal não quebra. Cristais quebram. Aço quebra. Uma criança nos braços dos pais não quebra. Aprendi que não é necessário chamar a vovozinha, a sogra, a vizinha ou Jesus Cristo para dar o primeiro banho no seu filho. Nem o segundo, o terceiro, o quinto e até o quadragésimo. Você mesmo vai saber fazer isso melhor do que ninguém. Dar banho no seu filho passa a ser, de longe, o melhor acontecimento do dia. Com todo o cuidado, que é para não cair sabão nos olhos dele. E, creia-me: não cai. Aprendi também que se você não estiver preparado para chorar muito, quase feito um bebê tão recém-nascido quanto seu filho, não coloque para tocar o Concerto para Piano em Fá Menor de Johann Sebastian Bach quando ele fizer 5 dias de vida. Não faça isso. Aprendi que uma dor qualquer no seu filho dói à décima potência em você. Que você sufoca se ele não respirar direito. Que seu estômago ferve quando ele tem cólica. Aprendi que um dia com uma criança que acabou de nascer tira mais a sua energia que se você passasse esse mesmo tempo carregando pedras nas costas para o alto de um morro. Mas aprendi também que um minuto desse mesmo dia olhando para o seu filho lhe dá mais energia que ficar de férias um ano na praia ou pescando siri-patola de papo pro ar. E que esse negócio de "nunca vou trocar uma fralda na vida" só serve para quem nunca teve filho. Você troca cantando. E que mãe reúne mais forças e coragem que um batalhão inteiro marchando incentivado para a guerra? Aprendi que o sono nunca mais será o mesmo. Que a vida não será mais a mesma. Que as perspectivas não serão mais as mesmas. E que o mundo não será mais o mesmo. O tempo não é mais seu: você almoça quando ele deixa, dorme quando ele permite, sai quando ele adormece e volta o mais rápido possível antes que ele acorde. E acredite, isso não é ruim. Aprendi que a gente é muito mais instinto que inteligência e que a inteligência não tem nada, absolutamente nada, com o instinto. Que não sou tão forte quanto imaginava e muito menos tão frágil quanto cheguei a pensar um dia. E que não existe um modelo de pai, por melhor pai que você tenha tido ou ainda tem a sorte de ter. E que aprender a ser pai é como aprender a andar de bicicleta: você tem de assumir todos os riscos - de cair, esfolar os cotovelos ou até perder um dente de leite. No final valerá a pena ter superado o medo, ter pedalado e cambaleado para encontrar o equilíbrio. Percebi que, por mais que você tenha vivido, viajado, rido, escutado, aprendido, enfim, por mais que você tenha realizado um monte de coisas, você fica com a impressão de que nunca fez algo que chegasse aos pés minúsculos da seu filho. Aprendi que não importa o que ele vai ser quando crescer: mergulhador em Fernando de Noronha, fotógrafo na Bósnia, cientista, advogado, médico ou jogador de futebol. Só importa que seja feliz e se realize naquilo que faz. E o mais importante: aprendi que não sei absolutamente nada sobre isso. Nada. Que o futuro não se mede mais no calendário, mas nos segundos que você supera a cada momento que esse milagre vai passando de graça diante dos teus olhos. *Texto de autoria de Paulo Renato Coelho Netto, jornalista, pág. 100 da coluna "Conversa de Homem" da revista Pais & Filhos – edição de outubro/2005. Copyright © 2008 Proensino - Todos os direitos reservados

O verdadeiro Professor

Publicada em 18/8/2009 Correio Popular Opinião O verdadeiro professor (Para o Professor J. W. Hurst, com quem muito aprendi)Nenhum outro indivíduo na esfera da educação tem mais importância que o professor. No desempenho de suas funções, os professores são responsáveis por vários papéis. Talvez o maior deles seja o de ser amigo de seus alunos. Quando falamos em amizade com alunos, enfatizamos o relacionamento pessoal, o interesse em ensinar; isto é, um relacionamento sincero na forma de comunicação entre professor e aluno. Desta maneira, ambos aprendem juntos.Faça uma análise retrospectiva de sua vida escolar até os dias de hoje. Tente se lembrar daqueles professores que se tornaram seus amigos. É muito provável que eles tenham exercido influência sobre sua vida.Os professores genuínos devem ser capazes de participar de conversas sobre assuntos além daqueles que ensinam. A informação necessária para tais conversas pode ser retirada de jornais, revistas cuidadosamente selecionadas e livros. Quando os alunos conversarem sobre um esporte, o verdadeiro professor deve saber um pouco sobre ele e demonstrar interesse pelo assunto. Quando o assunto é política, o professor legítimo deve defender sua opinião já que esta é uma obrigação cívica. Quando economia for o assunto da vez, o verdadeiro professor deve ouvir e contribuir para a discussão. Em suma, os professores genuínos devem ser vistos por seus alunos como indivíduos interessados em diversas áreas apesar de serem especialistas, ou pelo menos mais conhecedores, nas suas áreas de atuação.Quando professores legítimos demonstram que se interessam por vários assuntos, seus alunos os veem como seres humanos possuidores de uma curiosidade insaciável e de um apetite arrebatador pelo conhecimento. Isso estimula os alunos a serem eles próprios curiosos.As aulas teóricas, ou conferências clássicas, as quais passamos a vida assistindo, lembram um repórter de notícias da televisão — fornecem inúmeras informações, mas não transmitem necessariamente uma linha de raciocínio. Não quero dizer com isto que aulas teóricas ou conferências não têm valor, mas seguramente são formas difíceis de comunicação.Todos somos analfabetos em alguma coisa. Eu, por exemplo, preciso contratar um contador para preencher meu formulário de imposto de renda todos os anos. Destarte, a definição de analfabeto vai mudando. No futuro próximo, o analfabeto não será o homem ou a mulher que não sabe ler, mas sim aquele que deixa de usar as informações que tem.Um bom professor é aquele que é capaz de estimular o aluno a estudar por si só; que demonstra que a procura do conhecimento pode ser uma experiência agradável. Existe uma diferença significativa entre o professor e o verdadeiro professor.O professor reparte e distribui fatos. O verdadeiro professor sabe que alcançou seu objetivo pela emoção que sente ao ver a reação positiva de seus alunos. É semelhante à sensação de uma alma sensível quando ouve uma linda música ou poema, ou o vê o pôr do sol.O verdadeiro professor sente prazer quando, após orientar o aluno por um caminho cheio de percalços, percebe que ele entendeu. O verdadeiro professor distribui “tijolos” um de cada vez, e, na maioria das vezes, o aluno não percebe que está construindo algo. O verdadeiro professor sente a mesma alegria que o aprendiz ao receber um novo “tijolo de conhecimento”. Situações formidáveis ocorrem quando o aluno descobre algo novo, sem a ajuda do professor. O verdadeiro professor aponta a direção e o aluno percorre o caminho sozinho.O professor é aquele que anuncia ou informa aquilo que acredita ser verdadeiro, e então deixa o restante do processo de aprendizado para o aluno. A memória daquele professor desaparece para o aluno. Não obstante a importância da matéria, o seu valor poderá não ser apreciado.O verdadeiro professor precisa descobrir se o aluno memorizou a informação, ou se realmente aprendeu o suficiente para mudar sua conduta de forma permanente. O aluno passa a aplicar o que aprendeu? Se sim, a satisfação do verdadeiro professor é enorme. É como se estivesse vendo o filho atravessar um lago a nado pela primeira vez. O que descrevemos acima se aplica da pré-escola até o fim da vida.O verdadeiro professor é como um trator de esteira que empurra os obstáculos à sua frente. Talvez tenha nascido assim, ou tenha aprendido com outra pessoa quando jovem. O que impulsionou Beethoven a escrever sinfonias quando já era completamente surdo? O que impulsiona um político a querer ser o presidente da República? A ser lembrado na história do país por ter mudado o rumo de uma nação? Poucos de nós chegaremos à presidência de nosso País; entretanto, todos podemos deixar o nosso ambiente de trabalho melhor do que encontramos.J. C. Lane é professor titular colaborador da Faculdade Ciências Médicas da Unicamp e médico da Fundação Centro Médico de Campinas function MM_openBrWindow(theURL,winName,features) window.open(theURL,winName,features);

Rubem Alves - Educação

“O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho. Por isso os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos”. Rubem Alves

Homenagem a Ana Letícia - Educação Infantil 2005 a 2010

TUDO O QUE HOJE PRECISO REALMENTE SABER, APRENDI NO JARDIM DE INFÂNCIA... (Pedro Bial) Tudo o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia. Estas são as coisas que aprendi: 1. Compartilhe tudo; 2. Jogue dentro das regras; 3. Não bata nos outros; 4. Coloque as coisas de volta onde pegou; 5. Arrume sua bagunça; 6. Não pegue as coisas dos outros; 7. Peça desculpas quando machucar alguém; mas peça mesmo !!! 8. Lave as mãos antes de comer e agradeça a Deus antes de deitar; 9. Dê descarga; (esse é importante) 10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você; 11. Respeite o limite dos outros; 12. Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... desenhe... pinte... cante... dance... brinque... trabalhe um pouco todos os dias; 13. Tire uma soneca a tarde; (isso é muito bom) 14. Quando sair, cuidado com os carros; 15. Dê a mão e fique junto; 16. Repare nas maravilhas da vida; 17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem... Nós também. Pegue qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos e sofisticados e aplique-os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governo, ao seu mundo e vai ver como ele é verdadeiro, claro e firme. Pense como o mundo seria melhor se todos nós, no mundo todo, tivéssemos biscoitos e leite todos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar com um cobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regra básica, devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassem a bagunça ao sair. Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos. É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão."O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem souber ver...” Pois penso que está na hora de muita gente acordar para vida onde muitos nem sabem porque estão aqui.